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20 agosto, 2013

quando menos é sempre mais



Apenas hoje tomei conhecimento da história de Dobri Dobrev, 98 anos de idade, um mendigo, entre tantos mendigos mundo afora.

A figura deste ancião búlgaro lembra um dos miseráveis saídos de um romance de Dostoiésvki --ou, talvez, um dos homens santos saídos de um romance de Dostoiésvki. Mas isso não importa.


O fato é que este senhor teria ficado surdo na 2ª Guerra Mundial, e aos 98 anos, caminha cerca de 10Km de sua casa até o centro de Sófia, capital da Bulgária, onde passa o dia com a sua caneca de lata a espera da esmola ofertada pelos transeuntes.


Ora, mendigos existem por toda parte, sabemos, mas Dobri Dobrev chamou a atenção do mundo porque doou mais de €40.000 para pagar contas de luz e água de orfanatos, e para restaurar monastérios e igrejas de seu país. E esse dinheiro é proveniente da poupança de uma vida e das esmolas recebidas ao longo do tempo.

Ah, detalhe: aos 98 anos de vida, Dobri vive somente com a sua pensão mensal de 80.

E eis que a história é real. Enquanto boa parte do mundo se destrói por um lucro e poder imaginários, num remoto pedaço da Europa vive um homem, saído de um folclórico livro de contos de fadas e surpreende a humanidade com a vida que leva e os gestos que deixa pelo caminho.