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Hoje é aniversário de Eric Clapton, que nasceu na Inglaterra, em 30 de março de 1945.
A primeira vez, que me lembro tê-lo ouvido, foi no rádio do carro de minha mãe a caminho do colégio para buscar meu irmão. A música era lay down sally, que eu adorava ouvir, e imaginava o negro americano que cantava suingado aquela música com um ritmo delicioso, meio country meio sei-la-o-quê.
Um pouco depois, i shot the sheriff, de Bob Marley, e cocaine, de JJCale, ratificaram minha fantasia de ser ele um bluesman negro. Não me perguntem o porquê. Vai entender o imaginário. Mas, aí, veio a suma revelação: era um branquelo inglês, considerado "deus" da guitarra, aos 18 anos de idade!
Eu não estava totalmente enganada: no fundo, Clapton é um bluesman, mais apaixonado que qualquer outro músico inglês de sua geração. Foi ele quem resgatou Robert Johnson e suas músicas, e por aí vai.
Dois músicos me emocionam: Clapton e George Harrison [deste falarei depois]. Mas a emoção que ele me desperta não está relacionada a tears in heaven [esta não consigo ouvir, lembram da minha natureza 'soy contra'?], e ele também já não canta mais. Reptile é um exemplo de álbum que me emociona do começo ao fim.
Assisti seu show no estádio do Pacaembu, quando da turnê-despedida que ele realizou em 2001. Tocar para ele é tão fácil, que mais parecia que ensaiava com os músicos ou, vá lá, que se divertiam numa jam session. Acima de tudo ele é um bluesman, de primeira. Um branquelo inglês com a alma negra do sul dos Estados Unidos.