Estive de domingo a sexta-feira trabalhando no congresso mundial de otorrinolaringologia, realizado aqui em são paulo, no palácio das convenções do anhembi. Vivi numa mini-aldeia-global, um maravilhoso desfile de etnias, idiomas, hábitos e costumes.
Um casal egípcio, ele médico e sua linda esposa, deram-me seu cartão para quando eu for à alexandria ligar e visitá-los. Sim, existem pessoas atenciosas e calorosas neste mundo insano. Os homens...bem os homens em ternos sóbrios, quase todos eles. Poucos se sobressaíram, quero dizer, poucos chamaram a minha atenção. O jovem médico da república tcheca, moreno de olhos castanhos que me fez lembrar dos livros de milan kundera, e os ingleses, com sua fleuma e senso de humor peculiares - desde o catedrático de cambridge até os jovens médicos que arriscavam um "obrigada, amiga", assim como os orientais [não sei se eram chineses, japoneses ou coreanos] que arriscavam um "obrigada" quando atendidas as suas expectativas. Curiosamente os dois grupos aprenderam a falar "obrigada" e não "obrigado", o que no final dava um certo charme por desconhecerem completamente as nuances gramaticais do português.
Mas a nota destoante, como não poderia deixar de ser, foi o rigoroso frio daqueles dias...