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A mim que desde a infância venho vindo
como se o meu destino
fosse o exato destino de uma estrela
apelam incríveis coisas:
pintar as unhas, descobrir a nuca,
piscar os olhos, beber.
Tomo o nome de Deus num vão.
Descobri que a seu tempo
Vão me chorar e esquecer.
Vinte anos mais vinte é o que tenho,
mulher ocidental que se fosse homem
amaria chamar-se Eliud Jonathan.
Neste exato momento do dia vinte de julho de mil novecentos e setenta e seis,
o céu é bruma, está frio, estou feia,
acabo de receber um beijo pelo correio.
Quarenta anos: não quero faca nem queijo. Quero a fome.
Sou apaixonada por esta poesia de Adelia Prado, escritora mineira da melhor qualidade. Durante um tempo eu o usei em minha página inicial no orkut, mas com as adaptações à minha história e aos meus 40 anos - quem já atravessou esta marca poderá se identificar com as imagens e emoções desta escritora.
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Poesia Reunida
Adélia Prado
430 páginas
editora ARX
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Poesia Reunida
Adélia Prado
430 páginas
editora ARX