Hoje me ocorreu que existem palavras cuja sonoridade é transformadora, e outras, ao contrário, têm sons que acabam com qualquer expectativa de charme fonético.
E quando me refiro a "palavra", pode ser até mesmo um apelido ou uma gíria, porque o que me importa é o som. Para mim, as monossilábicas são as mais charmosas e encantadoras como Fé, Mãe, Pai, Cal, Sol, Lua, Putz!...
Em outros idiomas acontece a mesma coisa: Joy, Home, Love, Hope, Suerte, Liebe, Croissant...
Têm aquelas que são engraçadas, jaca [acho engraçadissima], abacaxi [de onde se tirou esse nome?], batata [deliciosa só de falar], e por aí vai.
As de origem indígena, são as que têm sonoridade mais curiosa: Mandioca, Pacaembu, Anhangabau, Ubatuba [dá até para ritmar os tambores], Caraguatatuba, Itapetinga, Itápolis, Itapeva, Itaquaquecetuba.
Certa vez, eu morava em Maceió, um colega de trabalho quis brincar com a minha 'origem paulista' e comentou exatamente a sonoridade dessas palavras, acompanhado de ironia, claro - por que será que certas pessoas sentem prazer em brincar com a origem das outras? - , quando ele acabou, respondi: "você tem toda razão, o certo mesmo é Maceió, Massaguera, Mundau, Gunga"; quis, assim, demonstrar a ele que estranho é o outro, nunca o nosso.
Algumas são riscadas do meu vocabulário, desde sempre, como aquela que indica má sorte e começa com "a"; ou então a outra, o contrário de 'graça'.
E vocês, já pensaram quais as suas palavras preferidas?