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19 abril, 2010

uma tarde no museu

Muita gente torce o nariz para museu. Faço parte do time daqueles que amam-adoram visitar um museu ou uma exposição.

Ontem, numa tarde linda de outono, estive no MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. E mesmo adorando um museu ainda não havia estado lá. Posso confessar que perdi oportunidades de ouro: as exposições sobre Machado de Assis, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Cora Coralina... 

Convenhamos, para uma apaixonada por livros e museus carrego um prejuízo e tanto. Mas nada de derramar lágrimas pelo que passou, falemos do dia de ontem.

A começar pela belissima construção em que ele se encontra, no prédio da estação ferroviária  no bairro da Luz. Até aí nenhuma novidade.

Para  tomar o elevador  de acesso aos andares do museu propriamente dito, já começam a se apresentar  eles, os soberanos do lugar: a palavra, o idioma, as vozes. 

E que voz está lá predominando sobre as outras nos auto-falantes do elevador?

Quem pensou  em Arnaldo Antunes acertou. E como já me desmanchei ao falar sobre a sua voz recentemente, só vou completar dizendo que ela combina perfeitamente com o Museu da Língua Portuguesa [saiba mais].


A exposição temporária...


A atual exposição tem um título no mínimo sugestivo: MENAS - O certo do errado, o errado do certo [clique aqui]


Chegando lá vários painéis interligados contendo os erros crassos da língua falada como o menas, largatixa, inteviu, sombrancelha etc, além do erro que mais fere os ouvidos de minha mãe: gratuíto.

Essas instalações tratam dos erros de pronúncia e de gramática das palavras; no rodapé de cada uma vem a explicação gramatical justificando por que as tais são faladas do modo considerado certo pela norma culta. Bom humor para ensinar, isso não é genial? 

Sem contar o quanto de gente estava presente naquela tarde. Fui com minha cunhada, 'passeio cultural', como ela diz. Mas lá estavam famílias completas [papai, mamãe, titia...], senhorinhas elegantes, jovens.






A exposição permanente...

Tudo no museu remete à palavra e à língua portuguesa. No elevador vozes - e Arnaldo Antunes se destaca entre elas - narrando textos incompreensíveis porque se mesclam as narrativas, uma escultura em ferro simbolizando uma árvore gigante instalada entre os dois elevadores, tem palavras esculpidas no tronco longilíneo.

detalhe do tronco de metal

Imagens, sons e painéis contam a origem do idioma desde Roma antiga até os dias atuais, vitrines trazem objetos das nacionalidades que mais influenciaram a construção do português desde a Europa passando por todas as suas colônias.



Passeio imperdível para curiosos, interessados no idioma, turistas e àqueles que não têm nada a fazer num domingo de tarde.