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23 janeiro, 2012

perfil - ro archela


Na série perfil, hoje, direto de Londrina, conheceremos um pouco de Ro Archela, a admirável criadora do blog agenda de casa .
Em seu blog Ro apresenta dicas valiosas de organização das rotinas de casa – e quem não tem uma casa que mereça atenção?
Lá, podemos encontrar generosas dicas para iniciantes, iniciados e avançados na labuta diária de se manter as rotinas inesgotáveis, e são muitas. Ufa!Mas o blog não é seu único mister. Arrisco dizer que seu bem-sucedido blog é seu hobby.Além de dona de casa, mãe, esposa, blogueira, Ro é professora universitária das mais atuantes. E não bastasse tudo isso, ela ainda tem tempo de visitar e comentar nos blogs que acompanha.Atenção, organização, competência. Conheça um pouco mais de Ro Archela, uma mulher super atual...


cadêmeumoleskine –  ao pensar no inesquecível, quais são para você a viagem ou o lugar, a música, o livro e a imagem?
Ro Archela  – Falar da gente é um pouco estranho, mas partindo de quem sabe perguntar, até que não é tão difícil.

Ao pensar em algo inesquecível, logo me lembro de lugares que conheço e estive presente e outros que conheço por imagens, pesquisas, livros e documentários. Amo conhecer lugares e suas culturas. Gosto de lugares que possuem história, vida, personagens envolvidos, objetos, costumes e tradições.
Um dos lugares que me fascina está na Mesopotâmia onde tudo começou. Ainda não estive lá pessoalmente, mas adoraria participar de uma visita arqueológica juntamente com alguns pesquisadores.
Um dos livros inesquecíveis que li foi O Perfume de Patrick Süskind. Este livro é um tipo de leitura que exala aromas dos mais diversos e aprimora a sensibilidade olfativa de maneira totalmente inusitada.
O trabalho de reconstituição histórica de Patrick Süskind consegue captar plenamente os ambientes da época, tal como as mentalidades. Os caminhos trilhados pelo personagem para se especializar no ofício de perfumista, a extensa e detalhada descrição dos processos químicos de produção dos cheiros, da transformação das fontes da natureza, de flores, óleos, madeira, assim como a alquimia dos excrementos e dos fluidos ocupam a maior parte da narrativa. É um trabalho de historiador, com a capacidade de exalar os lodos e os excrementos dos becos, que permite envolver o leitor nas fumaças das efusões, dos alambiques, e sentir a temperatura dos líquidos misturados.
O Perfume é uma narrativa, em terceira pessoa. Traça o caminho percorrido por Jean Batiste Grenouille que nasceu em Paris no ano de 1738 em meio a um mercado de peixes. Mas ele não tem cheiro.
Ao sentir, identificar e fragmentar todos os odores ao seu redor se apercebe de não ter cheiro algum. Ele busca incessantemente construir um cheiro para si, uma identidade pelo olfato e para seu olfato, que seja a síntese da vida.
A leitura sobre a vida desse personagem possibilita experimentar novas sensações, é como se pudesse sentir todos os cheiros descritos e como se pudesse sentir todos os sentimentos confusos, sufocantes e libertadores que o dominavam. A partir dessa leitura a visão que temos sobre o mundo, sobre as pessoas e sobre os cheiros se modificam, pelo menos por algum tempo.

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Um lugar que estive e marcou muito foi São Luís do Maranhão. Uma capital construída na ilha.
Linda, contemporânea, mas que preserva a história de sua colonização. Fundada pelos franceses, invadida pelos holandeses e colonizada por portugueses. Traz como resultado, uma mistura única de influências, um imenso mosaico histórico.
Estive em São Luís em julho de 2007 e fiquei durante quinze dias para um curso de construção de mapas temáticos para alunos de Geografia. Mapeamos o centro antigo da cidade. Inesquecível.

foto: Ro Archela
Muitos becos, ladeiras e escadarias compõem esse conjunto. Ao todo são 107 mil m² de área urbana tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional, envolvendo cerca de 20 quadras e 300 edificações que constituem o mais extenso e valioso conjunto de arquitetura colonial portuguesa do século XIX.
Toda esta área vem sendo gradativamente restaurado, de acordo com o Projeto Reviver.

cadêmeumoleskine – o que te tira do sério?
Ro Archela  – O que me tira do sério? A irresponsabilidade geral, as pessoas ignorantes, sem escrúpulos, desonestas, invejosas e aproveitadoras. 
Aposto no trabalho, sobretudo o intelectual. Gosto de pessoas que pensam, planejam, organizam e fazem. 
Gosto de quem põe a mão na massa de maneira consciente. Pessoas que procuram saber o que estão fazendo, buscam métodos adequados. Gosto de pessoas responsáveis, simples e criativas. 

cadêmeumoleskine – nos dias atuais, repleto de uma infinidade de compromissos e atividades, qual a sua dica para organização das diversas rotinas diárias que temos que enfrentar?
Ro Archela  – Minha dica para os dias atuais, repletos de compromissos e atividades diversas é o planejamento e a organização de rotinas. Acredito que cada atividade deve ser feita com o máximo de atenção, uma de cada vez e com muita responsabilidade.

cadêmeumoleskine – complete a frase: "não vivo sem ..."
Ro Archela – Para isso, uma agenda é fundamental. Eu prefiro a de papel, onde posso consultar a qualquer momento, rabiscar, replanejar, rascunhar. Não vivo sem uma agenda.











imagens: Google