No momento leio este livro escrito por Amós Oz [foto]. A certa altura, ao narrar o passado do personagem Teo, ele escreve:
"Assim de longe parecia que todas as guerras, e a retórica entre uma guerra e outra, constituíam um ciclo vicioso de radicalismo e histeria: chutar tudo o que se encontra pelo caminho e ao mesmo tempo implorar compaixão e exigir amor a todo custo. Uma pegajosa mistura de determinação, arrogância e autocompaixão, era assim que Israel lhe parecia do seu posto de observação privilegiado numa cabana de palha numa aldeia de pescadores na costa do Pacífico"
Amós Oz nasceu e mora em Israel, pacifista militante fundador do movimento Peace Now em Israel, já combateu em duas guerras, defende um Estado palestino, critica firmemente os vizinhos árabes bem como os responsabiliza pela atual situação de violência permanente que permeia aquela região.
Excepcional narrador, em seus livros descreve a colcha de retalhos que é a sociedade israelense formada por judeus provenientes de todos os cantos do planeta e seus dramas cotidianos, traduzidos em personagens marcados pela tensão da guerra interminável, como Teo e Noa personagens do livro que estou lendo.
Não diga noite
Amós Oz
216 páginas
editora Companhia das Letras