Passei a acompanhar a novela A Favorita a partir da revelação de quem matou Marcelo Fontini. Ali a novela começou. E Patricia Pillar se revelou uma excelente vilã. Porém, o que me interessou na trama foi acompanhar as diversas citações cinematográficas inseridas pelo autor.
Ao menos para mim elas estavam lá. A mais marcante delas me remeteu diretamente ao filme de 1962, O que aconteceu com Baby Jane?, com atuação ma-ra-vi-lho-sa da sempre maravilhosa Bette Davis.
O filme gira em torno de Baby Jane Hudson, ex-criança prodígio que fez o maior sucesso cantando e dançando, e ao crescer, foi esquecida. Sua irmã, Blanche, se tornou mais famosa, mais famosa que ela. Blanche sofre um acidente e fica paraplégica e vai morar com a irmã que cuidará dela – quer dizer ... Já a novela - estamos cansados de saber porque em todo capítulo fazem questão de nos lembrar! -, conta a trajetória de Faísca e Espoleta, dupla sertaneja formada por Flora e sua irmã de criação Donatela.
Esta sempre se deu bem, mesmo sendo orfã. Tinha e tem o carinho do pai adotivo, casou com seu amor, o milionário Marcelo, e sofreu muito, muito mesmo. Filho seqüestrado, adotou a filha da inimiga etc. Até hoje só sofre perseguições injustiças arquitetadas brilhantemente por Flora, e chora, chora muito. Claro que as nuances psicológicas foram adaptadas ao enredo novelístico, mas resgatei uma foto emblemática do filme que dispensa apresentações.
Nela vemos claramente a loucura de Baby Jane, sem contar os requintes de crueldade da personagem ao longo do filme. Flora é uma releitura de Baby Jane, com os requintes de maldade dos psicopatas do século XXI. A seguir os paralelos que encontrei nas duas ficcções: A mocinha injustiçada no filme: Joan Crawford atua praticamente sentada já que interpreta Blanche, paralítica e frágil aos cuidados da irmã;
A mocinha injustiçada na novela: a gigantona Claudia Raia que não precisou de cadeira de rodas mas de uma série de injustiças ao longo da trama para justificar tantas lágrimas; Em comum:ambas morenas em contraponto às megeras-loucas, e ambas vítimas das circunstâncias; A megera-louca no filme: Bette Davis, simplemente perfeita; A megera-louca novela: a improvável Patricia Pillar, simplesmente perfeita; Pontos em comum : ambas loiras em contraponto às mocinhas injustiçadas, e loucas, muuuito loucas;
Outros pontos em comum: - O filme conta praticamente com as atuações das atrizes já que o cenário principal é a casa de Baby Jane; a novela tem por cenário principal da trama o rancho dos Fontini; - Mais um? Sim! O surgimento da boneca, novidade trazida no capítulo de ontem, objeto do desejo da vilã e que pertencia à mocinha.
saudades de Flora Pereira como senti de Olavo de Paraíso Tropical e de Renato Mendes em Celebridades e de Bia Falcão de Belíssima. E cabe aqui o registro: Odete Roitman é coisa do passado, Beatriz Segall pode ficar tranqüila... Páro por aqui. Veremos o que mais esta semana nos reserva.