Esta foto, traz um detalhe da vitrine de uma das várias lojas de artigos para casa, na Rua dos Estudantes, no bairro da Liberdade. Adoro passear por lá. O local é uma viagem, como se tomando o metrô se chegasse no Japão, simples assim.
Mas o nome do bairro não guarda nenhuma relação com a colônia japonesa, vem de época mais remota, do Brasil escravocrata, quando a área era conhecida como 'campo da forca', e ser enforcado era considerada a única forma de liberdade aos escravos ou criminosos. Daí o nome pegou. A igreja da Santa Cruz, localizada no centro do bairro, era mais conhecida como a igreja dos enforcados, e ainda hoje as pessoas vão até lá acender velas às almas, preferencialmente às segundas-feiras.
Mas o bairro não vive de passado. É agitado, tanto durante a semana, como nos finais de semana por conta da feirinha de artesanato e comidas típicas [brasileira e japonesa]. Não se vai 'à Liberdade', maneira carinhosa como nos referimos ao bairro, sem voltar com, ao menos, uma sacolinha que seja ou provar um tempura de vegetais, frito na hora.
Lá também estão, a meu ver, os restaurantes japoneses mais charmosos da cidade, porque preservam o astral daquela cultura: os espaços são pequenos, há poucas mesas, um ou dois reservados para grupos maiores, o balcão. O serviço é realizado por garçonetes jovens e senhoras, que te recebem com um sonoro e alto okaeri! e se despedem com um alegre e também sonoro domo arigato gozaimashita. Para mim, é uma deliciosa viagem sem sair da cidade.
