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11 junho, 2012

meu adorável frankenstein


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Ah, adoraria que amanhã se chamasse  [também] Dia dos Enamorados.
Afinal, os enamorados estão por aí, sonhando, suspirando e aguardando que   seu par surja na próxima curva, no próximo esbarrão, no próximo tropeço na rua...


Beijos a todos...

Cris*
Ai, que preguiça. Depois de uma semana intensa de trabalho transformei a atual numa arrastada preguiça macunaímica, com pouco trabalho e nenhuma atividade intelectual, só tv e cama quentinha. 
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Daí que chegou este 12 de junho e me lembrei que há muito tempo não namoro. Verdade. Faz um tempão - deixo à imaginação de cada um calcular esse período. Namorar é muito bom, ôôo se é. 
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Olhando em retrospectiva sempre namorei, daí meu espanto ao perceber que faz tempo que não tenho o prazer de planejar um jantar a dois, me arrumar para sair especialmente com alguém, dividir o controle da tv num final de semana frio de outono. Ué, acontece, ainda mais porque não estive aberta para essas possibilidades esse tempo todo. Não me queixo, só constato. 
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Enfim, 12 de junho é uma ótima oportunidade para se pensar nisso. 
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Então, lembrei daqueles clichês que são verdadeiras armadilhas, principalmente aquele de se idealizar um namorado e um relacionamento.
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Nada mais comercial de shampoo do que imaginar um relacionamento ao som de raindrops keep falling on my head, você e o namorado dividindo uma bicicleta ... esse filme já existe e reza a lenda que paul newman odiava a cena e a música. É que ao idealizar criamos um frankenstein tão certinho, cheio de qualidades e nenhum defeito... que chega a irritar. 
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Vejamos. Quando perguntadas sobre o namorado ideal, muitas mulheres respondem: que ele seja gentil, carinhoso, atencioso etc etc. Um verdadeiro chato. 
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E quando acontece desse sujeito aparecer, muitas respondem "ai, credo, ele é pegajoso demais, sensível demais, ele me sufoca"- e quem nunca se viu nessa cena que atire o primeiro buquê de rosas vermelhas enviadas pelo senhor pegajoso-chato... Fisicamente meu par ideal é um frankenstein: ele tem as mãos de x, o nariz de y, o sorriso de z, beija bem como  x,y,z...  e... bem, é melhor deixar pra lá. 
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Mas principalmente gosto de meu adorável frankenstein pelo que lhe falta: não é mesquinho, não é avarento tampouco perdulário, não é preguiçoso, não é ignorante, não é alienado... nossa! 
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Meu adorável frankenstein certamente gosta de futebol, provavelmente torce para um time adversário ao meu, é quase certo que joga futebol com os amigos numa noite da semana, adora filmes tanto quanto eu e muito, muito mais.
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mary shelley
.Nunca é demais lembrar que o romance frankenstein foi criado por mary shelley, escritora inglesa do período romântico, que começou a escrever a história aos 18 anos e teve seu livro publicado aos 21 anos. 
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Danadinha essa inglesa do século XIX, não acham? A história é tão fascinante que Hollywood, em 1935, lançou o filme a noiva de frankenstein. Viram só? 
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Até os homens criam as suas noivas-frankenstein com qualidades das antigas x-y-z..., e claro, como não poderia deixar de ser, com os talentos culinários de suas mães. 
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foto: Bride of Frankenstein, 1935
Bem, aos casais de namorados, aos noivos, aos casados, aos enrolados, Feliz Dia dos Namorados. Aos sozinhos e sozinhas, como eu, torço para que o romance de cada um de nós esteja sendo escrito de alguma forma com adoráveis  frankensteins  e suas encantadoras noivas...
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texto originalmente publicado em 12.06.2009