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15 fevereiro, 2011

tpm, t3, t4, tsh...



De um momento para o outro tudo pode mudar: o cabelo se rebela, o corpo fica inchado e o humor, aliás, que humor o quê! Quem padece dos mesmos sintomas sabe ao que estou me referindo: tpm.


E só nos damos conta de que algo vai muito mal já no meio do percurso, não é? Alguns baldes já foram virados, a voz já saiu alguns decibéis a mais... um horror. É o caos, não é minha gente?

E tpm afeta todos, eu sei. E o pior é que nem dá para voltar atrás e recolher os cacos...só nos resta mesmo é seguir adiante como se [quase] nada tivesse acontecido.

E falando em acontecimentos...

O mundo inteiro assistindo Ronaldo se despedir. Uma despedida que prendeu a minha atenção em dois momentos.

O primeiro deles, o pedido de desculpas à torcida e ao clube pelo "fracasso no projeto Libertadores".  

Um atleta como ele, ultra milionário, uma verdadeira celebridade reconhecer no momento de sua despedida oficial que fracassou...e pedir desculpas...para o planeta inteiro assistir, ouvir e ver...nossa! Um gesto nobre. Elegante.

O outro com a sua revelação sobre o hipotiroidismo diagnosticado há 4 anos na Europa. 

Bem, eu tive o mesmo diagnóstico há 12 anos, e desde então, faço o uso diário da levotiroxina porque a minha tiróide não voltou a produzir os hormônios que ela [levotiroxina] sinteticamente substitui. E como eu, milhares de mulheres e homens ao redor do mundo, famosos como Ronaldo e anônimos como eu e você tem e tratam o hipotiroidismo.

Eu me lembro muito bem como eu estava até o médico chegar ao essa conclusão  diagnóstico. Não só o ganho de peso, a falta de concentração, a queda de cabelo, o sono persistente, o frio, a depressão. Todos esses sintomas eu não levava em consideração diante das circunstâncias que vivia naquele momento - eu simplesmente atribuía ao stress emocional, e todos eles indicavam que o meu metabolismo havia desacelerado.

O que mais me marcou e que de fato me levou a procurar ajuda médica, foi a grande dificuldade em pequenas caminhadas, na subida de escadas, enfim, todo e qualquer esforço físico era demais para mim. Mais uma vez, eu atribuía aos meus maus hábitos, eu me deslocava de carro a todo instante; poderia realizar as caminhadas, subir as escadas, mas ao final, o coração - o mais exigido de todos - disparava, parecia que algo iria me acontecer.

Conto isso porque sei que a reposição hormonal, a qual Ronaldo se referiu, deve ocorrer justamente porque o organismo não produz os hormônios que deve produzir naturalmente. Quem faz o uso do mesmo medicamento sabe ao que estou me referindo.

Até o ajuste da dose exata seguem-se algumas semanas, e novos exames de sangue são realizados para detectar as taxas de T3, T4 e TSH.

O comprimido é tomado logo pela manhã, em jejum. Aguarda-se mais ou menos meia hora para tomar o café da manhã, tempo considerado suficiente para a levotiroxina ser absorvida pelo organismo. Depois de certo tempo torna-se um hábito, entra na sua rotina sem grandes dificuldades.

Este meu blá-blá-blá todo é para dizer que não faz sentido um atleta do nível do Ronaldo, então profissional do Milan, não ser orientado a tomar o medicamento já que o remédio não tem a função de mascarar nada ou potencializar sua perfomance de atleta, o que caracterizaria o doping.

A levotiroxina é o hormônio sintético desenvolvido para substituir os hormônios T3, T4, TSH que o organismo no hipotiroidismo não produz.

E mais, o grau de exigência física em um atleta, como ele, com hipotiroidismo, comprometeria gravemente seu coração, podendo levá-lo a danos maiores, como um enfarte aos 30 e poucos anos.

Como eu, certamente muita gente estranhou sua declaração.