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29 abril, 2012

imagens & sons

Fecho os olhos, respiro fundo e finalmente cumpro meus compromissos que mais que sociais são, acima de tudo, pessoais e afetivos.
Ontem me reuni com amigas, que podem ser recentes no calendário gregoriano, porém, são minhas conhecidas sei-lá-desde-quando.
Dentre tantos assuntos, um deles – ai, não me recordo qual – lembrei-me de uma das cenas mais lindas que já assisti, dentro de um dos filmes mais bonitos que o cinema mundial já produziu.
Falo de A Missão (1986)

Amor...
Nele conhecemos a história dos padres jesuítas que vieram com o trabalho de catequizar os índios no novo continente em terras portuguesas e espanholas.
Sim! É como se José de Anchieta e Manoel da Nóbrega fossem resgatados dos livros e das estátuas e ganhassem vida nas telas.
No entanto, a história é contada por jesuítas menos ilustres em nossos livros de história, porém, tão reais e fiéis à missão quanto os renomados.


Poder...
A cena em questão é uma narrativa, em imagens, da redenção de um mercenário caçador de indígenas, brilhantemente interpretado por Robert de Niro.
A sequência daquele recém-convertido seguindo por penhascos a caminho da missão onde se sagrará padre é uma das cenas mais emocionantes que já assisti. Sem palavras, só a imagem daquele homem arrasado – as razões se encontram na história de seu passado recente – e que carrega nas costas os seus pertences da vida mercenária [vida material] numa alegoria ao seu passado, rumo à nova vida [espiritual].
O caminho é difícil, ainda mais com essa carga extra nas costas. Ao longo do caminho ele cai, escorrega, tropeça e a cada novo trecho vai ficando mais e mais cansado. Escaladas aparecem, na belíssima região das Cataratas do rio Iguaçu, a mata é densa ao redor... eis que quase exaurido e sofrendo física e emocionalmente, o personagem cai e nesse ponto um índio – como aqueles que ele sequestrava para vender como escravo, se aproxima, fala e gesticula muito em sua língua nativa e em dado momento saca uma faca. Pensamos que se aproxima o fim do recém-convertido, mas, eis que o índio, corta a corda que amarra toda a tralha das costas de Rodrigo Mendoza.
Redenção...
Esses parágrafos formam uma sequência cinematográfica belíssima embalada com a trilha sonora do maestro Ennio Morricone, então, como não se emocionar?

trailer