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12 fevereiro, 2009

darwin, maternidade e calor

Não sei o que escrever primeiro. Tanta coisa acontece ao mesmo tempo e eu aqui, em frente ao pc com vontade de escrever tudo o que penso a respeito de um monte de coisas. Pra começar o calor deste verão, ou melhor, o calor e as chuvas deste verão. Chuvas que lembram todos os eventos climáticos narrados nas antigas escrituras, até peixes nadando nas ruas e avenidas de cidades já foram mostrados em noticiários. Daí a surgir uma arca, com um senhorzinho muito barbudo no convés com seu cajado e muitos animais, é um pulo. Mas é verdade: o calor está insuportável, as chuvas ao invés de refrescarem como antes trazem mais calor, sem contar os transtornos de se deslocar pela cidade com os temporais. E a noite? dormir tem sido um martírio. Haja ventilador. Além da dupla calor-chuvas, hoje comemora-se o bicentenário do nascimento de Charles Darwin. Gente! Onde vamos parar com essas comemorações? Já sei, mais uma vez voltamos ao antigo testamento e seus personagens também centenários. Sendo assim, eu me encontro na 1a. infância! É tem lá suas vantagens. E falar de C.D. é inevitavelmente falar em evolução x criacionismo. Assisti ao 3º episódio da série Darwin, que vai ao ar pelo canal GloboNews, que abordou justamente o debate entre ciência x religião. É incrível, mas por mais que a civilização tenha progredido nos últimos séculos, e principalmente no século XX, os criacionistas encontram cada vez mais espaço inclusive no mundo acadêmico, e o protecionismo das alas mais conservadoras mundo afora, vale lembrar que por 8 anos eles tiveram o apoio irrestrito da Casa Branca de George W. Bush. Aqui no Brasil o Instituto Mackenzie foi a instituição de ensino que representou o criacionismo, dentro do programa - em que pese a diretora do colégio declarar que o material didático de ciências [adotados pela instituição] trata da teoria da evolução... Partilho da opinião que a pergunta de onde viemos não está plenamente respondida, e partilho também da opinião que Darwin é genial. Sou leitora da Bíblia desde muito cedo, mas nem por isso não reconheço que há toda uma narrativa ficcional em suas passagens e no quesito criacionista o Gênesis é o livro.
Sobre a maternidade. Duas histórias pontuam meu comentário-desabafo. O primeiro, a norte-americana que deu a luz a oito, já tendo seis. Por quê a última inseminação? Cadê a ética médica? E essa louca? Louca sim, descobriram que ela já se submeteu a cirurgias plásticas para parecer com Angelina Jolie! É tão bizarro. Ou melhor, é a banalização da maternidade também! Em contraponto a essa bizarrice, a chocante notícia de ontem sobre a brasileira grávida de gêmeos que foi atacada na Suíça, por três ultra-nacionalistas, vindo a perder os bebês após ser torturada por dez minutos. Esta também é uma notícia bizarra, mas que revela que a humanidade não perdeu suas características de barbárie. A jovem foi atacada porque os agressores reconheceram que se tratava de uma estrangeira [ela falava em português ao celular com sua mãe que reside aqui no Brasil]. Darwin, maternidade, calor. Há uma interligação entre os três e esta não se restringe ao meu desabafo.