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27 junho, 2012

poema da noite





Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.



Fernando Pessoa
trecho da poesia Lisbon Revisited, 1926 do heterônimo  Álvaro de Campos
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